segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pt

(continuação do conto de Urbano Tavares Rodrigues)

A única prenda que desejava ter era o Pégaso de volta, voltar a senti-lo, fazer-lhe festas, monta-lo, sentir o vento na cara.
- O que gistavas de receber filho? - Perguntou o meu pai.
- Já sabes o que quero. - Murmurei e voltei para o meu quarto.
Sentei-me à janela, tenho saudades de avistar o "monte", as searas, os campos verdes e o pequeno lago lá ao fundo. Agora só vejo prédios e mais prédios, carros a buzinar. Maldita a hora em que concordei em viver para a capital!
Oiço bater à porta, era a minha mãe, com uma visita.
- A tua avó vai levar-te ao campo este fim de semana, será bom para ti. - Afirmou ela.
Acenei com a cabeça, com um sorriso amarelo na cara, arrumei as coisas e entrei para dentro do carro. A viagem era de poucas horas. Foi calma, eu e a minha avó não dirigimos a palavra um ao outro, mas notei que ela tinha um sorriso na cara.
Quando chegámos, o meu avô chamou-me logo para ver algo, uma surpresa.
Não consegui conter as lágrimas. Era o Pégaso, mesmo à minha frente. Belisquei-me mais que uma vez para ver se era real. E era. Corri até ele. Fez-me uma uma espécie de vénia e deu-me um empurrão carinhoso, como se fosse um amigo a dar uma palmadinha nas costas.
- Nunca mais desapareças ! - Solucei, ele apenas relinchou.